Jornada coloca em discussão as normas dos pesquisadores

Posted By on mai 9, 2015 | 0 comments


Evento acontece durante o III MEJOR e reúne debatedores de diversos países

No dia 15 de maio, quando termina o III Colóquio Internacional Mudanças Estruturais no Jornalismo (MEJOR), organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, será realizada a 7ª Jornada “Olhares cruzados sobre as dinâmicas contemporâneas do Jornalismo”, que tem como tema “Requestionar as normas dos pesquisadores”. A jornada inicia às 09h, com os professores Florence Le Cam (Universidade de Bruxelas, Bélgica) e Fábio Henrique Pereira (UnB), e segue durante todo o dia com debatedores de diversos países.

O evento conta com recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc)  e o apoio da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC).

Confira a programação:

09h00 – Abertura da Jornada

Abertura do evento com os professores Florence Le Cam (Universidade de Bruxelas, Bélgica) e Fábio Henrique Pereira (UnB)

09h30 – As normas do jornalismo

*Um quadro normativo neorrealista

Gilles Gauthier (Université Laval, Québec, Canadá) propõe um conjunto de três princípios – Realidade, Verdade e Objetividade – constitutivos do universo normativo fundamental ao jornalismo, independente de quão variadas sejam as práticas jornalísticas. Os três princípios são ordenados de maneira sequencial, com uma visão do conjunto de natureza lógica, e não axiológica, na medida em que não busca levar a uma demonstração da validade das normas, mas dar origem a um núcleo de pressupostos formais.

10h45 – 13h00 – Normas, ciências e espaços públicos

*Normas, reflexividade e discurso no  locus  da produção do conhecimento: disputas epistemológicas em tempos de controvérsia

Sayonara Leal (UnB) trata da reflexividade como marca da modernização das sociedades ocidentais e trazendo para o debate dois questionamentos – (1) como as normas profissionais/científicas participam do processo de construção do lugar de produção de conhecimento e (2) como a circulação de normas e práticas discursivas próprias às coletividades científicas se vinculam a outros espaços epistêmicos – problematizando quais as representações que esse processo produz na vida social e nos processos de participação pública na produção social de conhecimentos.

* Saberes eruditos e saberes profissionais nas Humanidades: uma nova configuração dos saberes críticos

Florence Caeymaex (Université de Liége, Bélgica) afirma que a intensificação atual das práticas formais de avaliação da pesquisa no domínio das humanidades permitiu o aparecimento de uma certa inteligibilidade sobre o trabalho que tais disciplinas devem realizar para assegurar sua cientificdade. Ele parte da hipótese de que o que está em jogo é a nossa capacidade de redefinir novamente o valor de uso e a crítica e, para além disso, de interrogar o pesadelo do autoencerramento que assombra a “fala acadêmica” (Macherey, 2011).

14h00 – 15h45 – Questionamentos de ciências sociais e jornalismo

*Metajornalismo: a autorreferencialidade e o discurso normativo

Madalena Oliveira (Universidade do Minho) diz que o metajornalismo define-se por uma atenção a informação factual sobre o campo do jornalismo e por uma reflexão sobre matéria de natureza ético-deontológica. Segundo ela, do ponto de vista científico, encarar o jornalismo como sujeito do seu próprio discurso traduz-se num modo de compreender quer as suas representações coletivas quer os seus imperativos normativos. Assm, ela traz para a mesa redonda a proposta de problematizar o moco como o metajornalismo pode ter contribuído para uma mudança de paradigma nos estudos jornalísticos.

*O jornalismo como distúrbio ou como problema?

Sobre as relações entre sociologia e jornalismo

Gilles Bastin (University of Grenoble) examina a questão das relações entre jornalismo e sociologia de um ponto de vista que ele classifica como “reflexivo”, ou seja, pelo questionamento das noções prévias que os sociólogos possuem em relação aos jornalistas. Segundo ele, a discussão sobre as divergências normativas entre jornalistas e sociólogos tendem frequentemente a solidificar as normas e a idealizá-las a partir de fórmulas teóricas que estão distantes das práticas reais dos dois grupos. Ao final, ele defende que haja um pouco mais de neutralidade no estudo desse objeto, argumentando que a sociologia deve neutralizar seus próprios julgamentos de valor sobre os jornalistas se quiser produzir um saber que não seja exclusivamente autorreferencial ou superficial.

16h00 – 17h00 – História de vida e normas

*Atravessagem

(Do trânsito inter e transdisciplinar nos saberes científicos, na arte e nas sabedorias do

cotidiano.)

Cremilda Medina (USP) destaca que a comunicação social oferece valiosas contribuições à metodologia de pesquisa em outros saberes científiucos. Ressaltando a teoria e prática da Reportagem no Jornalismo e a pesquisa de linguagem, ela afirma que as marcas identitárias são valorizadas pela narrativa jornalística e sinalizam para outras áreas o significado emergente da ciência enraizada, aquela capaz de remeter o conhecimento para a sociedade em que se insere e devolver ao Jornalismo a polifonia (múltiplas correntes) e a polissemia (múltiplos significados) nos diagnósticos e prognósticos sobre a atualidade.

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