Conferência de abertura do III Mejor debate casos de silenciamento na imprensa brasileira

Posted By on mai 13, 2015 | 0 comments


Os pequenos e os grandes silêncios do jornalismo. Esse foi o tema da conferência de abertura do III Mejor, realizada na noite de ontem, dia 12.

O prof. Dr. Francisco Karam, coordenador do PosJor, abriu a conferência falando sobre a importância do evento, de caráter internacional, e que se propõe a discutir questões-chave para se pensar o jornalismo. Karam citou o exemplo da cobertura feita pela imprensa de dois casos de corrupção no Brasil, a Operacão Lava-Jato e a Operação Zelotes. Segundo ele, a imprensa silencia a cobertura da Zelotes, pois se trata de uma investigação sobre crimes cometidos pelas empresas jornalísticas. “O jornalismo é campeão na exigência de transparência – dos outros”, afirmou.

IMG_1630Compuseram a mesa de abertura o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina e presidente do 3º Mejor, o professor doutor Francisco José Castilhos Karam. Os coordenadores internacionais deste evento: os professores doutores Denis Ruellan (Universidade de Rennes 1, da França), Florence Le Cam e Marie-Soleil Frère, ambas da Universidade Livre de Bruxelas. O presidente do Comitê Científico, o professor doutor Fábio Henrique Pereira, da Universidade de Brasília. A pró-reitora de Pós-Graduação da UFSC, a professora doutora Joana Maria Pedro. O diretor do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), professor doutor Felício Wessling Margotti. O chefe do Departamento de Jornalismo da UFSC Carlos Augusto Locatelli. A secretária-geral da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a professora doutora Valci Zuculoto, que nesta ocasião representa o presidente Celso Schröeder. O presidente da Associação Catarinense de Imprensa, Ademir Arnon. E ainda, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina, Aderbal João da Rosa Filho.

Casos de silêncio na imprensa brasileira
IMG_1631A palestrante da noite, profa. Dra. Sylvia Moretzsohn, da Universidade Federal Fluminense, relembrou diversos casos ocorridos na imprensa brasileira, em que ficaram evidentes silenciamentos e reproduções do senso comum. “Quando você pensa no silêncio, muitas vezes se pensa na censura, mas não no silêncio fundador”, enfatizou.

A professora problematizou diversas coberturas, questionando enquandramentos e alertando para a superficialidade: a morte do jornalista Tim Lopes, o caso do menor que foi preso a um poste por rapazes no Rio de Janeiro, a violência da Polícia Militar contra professores em Curitiba, entre outros. “As empresas silenciam sobre seus interesses em nome do discurso em prol do interesse público”, afirmou.

Por fim, Moretzsohn lembrou um caso de ruptura do silêncio, ao exibir o vídeo do Jornal Nacional de 1994, quando Cid Moreira leu, ao vivo, o direito de resposta dado a Leonel Brizola. “Há sempre essas possibilidades de resistência a esse silenciamento”, concluiu.

III Mejor segue até sexta-feira
A programação do evento continua até sexta, dia 15, com mesas temáticas, grupos de trabalho e oportunidades de troca de experiências de pesquisa. Veja aqui as atividades: http://mejor2015.sites.ufsc.br/?page_id=65

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